quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

O problema do cálculo econômico sob o Socialismo


Em 1920 o economista austríaco Ludwig von Mises apresentou ao mundo o seu livro “O calculo econômico sob o socialismo” alertando seriamente que o cálculo econômico socialista era impossível e a implantação deste regime levaria qualquer país a pobreza. Mises argumentou que quando o mercado é abolido e o Estado se torna dono de todos os meios de produção, o preço que era praticado no mercado desaparece impedindo assim que os recursos sejam alocados de maneira eficiente. 

Tomemos o seguinte exemplo didático: quando os capitalistas desejam construir uma ferrovia para transportar bens, eles avaliam todos os pormenores do empreendimento, se este novo negócio será lucrativo ou não. Se não o for, ou seja, se os custos de produção forem maiores que os lucros, os capitalistas imediatamente desistem da operação porque sabem que essa alocação de recursos não vai interessar ao povo e nem a eles, pois trata-se de uma alocação que gera desperdícios de recursos. Os capitalistas fazem essas predições com base nas informações fornecidas pelo mercado; já o Estado Socialista não tem como fazer essas previsões, pois nele, o mercado é abolido, juntamente com os preços, tornando a economia socialista totalmente cega, ou seja, incapaz de fazer as contas entre os gastos de produção e o lucro final, de modo que não é possível saber se o estado está fazendo alocações corretas e tornando a nação mais rica ou empobrecendo-a. 

Até hoje Ludwig Von Mises permanece irrefutável, afinal há quase 100 anos que socialista algum jamais encontrou qualquer falha central em sua teoria. O palestrante Jeseph T. Salerno nos explica um pouco sobre a teoria de Ludwig Mises:


A Teoria a cerca do Cálculo Econômico Socialista possibilita compreender o motivo pelo qual os países capitalistas são sempre mais prósperos do que os países socialistas. A antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) sofreu com a pobreza e até fome durante 70 anos sob o regime socialista, mas bastou retornar ao capitalismo que em menos de 3 décadas já se tornou uma superpotência temida no mundo inteiro. O que dizer da China socialista então que sob o comando de Mao Tsé Tung matou 45 milhões chineses por inanição? Foi necessário que o líder, mais pragmático e menos conhecido, Deng XiaoPing restabelecesse a economia de mercado para que o país prosperasse, mesmo assim a economia chinesa ainda permanece fortemente controlada pelo Estado. A Coréia do Norte atualmente sofre sérias acusações de canibalismo devido à fome intensa que seus cidadãos sofrem sob o comando de Kim Jong-Un. Nem preciso dizer que na ilha caribenha de Fidel Castro o povo sofre com o racionamento de produtos: o governo determina o que e o quanto cada cidadão pode consumir; se os cidadãos quiserem mais, precisarão recorrer ao contrabando, correndo o risco de serem presos. E agora é a vez da Venezuela de Nicolás Maduro, herdeiro político de Hugo Chávez, que sofre com o desabastecimento de produtos (incluindo produtos básicos como papel higiênico), inflação acima de 50% (2013). Sofre ainda a falta de energia elétrica (ou será que o governo causa blackouts de propósito para punir uma população insatisfeita com o regime socialista?). Todos esses países eram potencialmente ricos. A Venezuela, por exemplo, é uma das mais poderosas detentoras de petróleo do mundo! E, no entanto, faltam nas prateleiras dos supermercados produtos básicos para o uso diário. Isso é um paradoxo incrível! Nada está sendo inventado aqui. Todas essas constatações estão largamente documentadas em diversos livros de História.

Voltando ao debate sobre o Cálculo Econômico, o economista polonês e marxista Oskar Lange tentou contra-argumentar Mises, alegando que a economia socialista poderia funcionar se houvesse uma espécie de simulacro do funcionamento do mercado, mas Friedrich Hayek, aluno de Mises, além de apontar inúmeras falhas concebidas por Lange, rebateu perguntando por quais motivos esse modelo seria melhor que o livre mercado. Hayek também apontou que seria totalmente irracional substituir bilhões de decisões de indivíduos que atuam no mercado por um modelo centralizado e dependente das decisões de “iluminados” burocratas do comitê de planejamento, isso geraria um Estado altamente burocrático e corrupto. No fim das contas Oskar Lange teve que se render e escreveu em seu ensaio “Sobre a Teoria econômica do Socialismo” o seguinte:
“Os socialistas certamente têm boas razões para se mostrarem gratos ao professor Mises, o grande advocatus diabol da causa deles. Pois foi o seu poderoso desafio que obrigou os socialistas a reconhecerem a importância de se ter um adequado sistema de contabilidade econômica para guiar a alocação de recursos em uma economia socialista. Mais ainda: foi principalmente por causa do desafio apresentado pelo Professor Mises que muitos socialistas se tornaram cientes da existência de tal problema... [O] mérito de ter feito com que os socialistas abordassem sistematicamente esse problema pertence totalmente ao Professor Mises.
Tanto com uma forma de expressar reconhecimento pelo grande serviço prestado por ele, quanto como uma forma de se lembrar da primordial importância de se ter um sólido método de contabilidade econômica, uma estátua do Professor Mises deveria ocupar um lugar de honra no grande hall do Ministério da Socialização ou no do Comitê de Planejamento Central do estado socialista”
Muitos socialistas ainda hoje acreditam firmemente que a economia pode ser controlada pelo Estado sem causar nenhum dano aos indivíduos de um país. Quanta arrogância! No fundo, ao que tudo indica, eles apenas não querem admitir que Karl Marx estava errado.


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